OBJETIVO: * Produzir uma ficha-sńtese do Quilombo dos Palmares, destacando as principais informações disponíveis sobre a história desse quilombo.
* Levantar informações sobre o dia da consciência negra, para a preservação da memória das comunidades afro-descendentes.
O Quilombo dos Palmares
O Quilombo dos Palmares localizava-se na serra da Barriga, região situada no que hoje são os estados de Alagoas e Pernambuco. O nome, Palmares, veio do fato de a região possuir um grande número de palmeiras. A data de sua fundação não é certa. Segundo algumas fontes, Palmares teria surgido em 1597, quando cerca de quarenta escravos fugiram de um engenho de açúcar no litoral do Nordeste e se refugiaram na Serra da Barriga. A mais antiga referência conhecida ao nome Palmares é uma carta do mesmo ano, escrita pelo padre Pero Lopes, superior dos jesuítas em Pernambuco, ao rei de Portugal.
Zumbi foi o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói da resistência antiescravagista. Pesquisas e estudos indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. "Zumbi" significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.
O nome Palmares foi dado pelos portugueses, em razão do grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje, estado de Alagoas. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.
O Quilombo dos Palmares existiu por um período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. No Quilombo de Palmares (o maior em extensão), viviam cerca de vinte mil habitantes. Nos engenhos e senzalas, Palmares era parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era tido como eterno e imortal, e era reconhecido como um protetor leal e corajoso. Zumbi era um extraordinário e talentoso dirigente militar. Explorava com inteligência as peculiaridades da região. No Quilombo de Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. Em meados do século XVII, calculavam-se cerca de onze povoados. A capital era Macaco, na Serra da Barriga.
A Domingos Jorge Velho, um bandeirante paulista, vulto de triste lembrança da história do Brasil, foi atribuído a tarefa de destruir Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar Palmares era mais que um imperativo atribuído, era uma questão de honra. Em 1694, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões, Domingos Jorge Velho começou a empreitada que levaria à derrota de Macaco, principal povoado de Palmares. Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição de Antônio Soares. “O corpo perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto Calvo. A sua cabeça foi decepada e remetida para Recife onde, foi coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo tempo”.
O Quilombo dos Palmares foi defendido no século XVII durante anos por Zumbi contra as expedições militares que pretendiam trazer os negros fugidos novamente para a escravidão. O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, propiciarão o resgate das contribuições dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.
Negros, mestiços, índios e brancos
No entanto, há pesquisadores que contestam essa data, para eles, Palmares pode ter surgido por volta de 1580. Outros ainda afirmam que talvez até antes disso já existissem comunidades quilombolas na mesma região. Seja como for, no início, a população de Palmares era pequena, não passava de poucas dezenas, mas as notícias sobre o lugar começaram a atrair um número maior de escravos fugidos de engenhos, especialmente de Pernambuco. Além de negros, a população de Palmares era composta por mestiços, índios e até brancos. Entre as pessoas brancas que viviam em Palmares estavam, provavelmente, mulheres acusadas de feitiçaria e outros indivíduos procurados pelas autoridades da época.
A população de Palmares cresceu muito em decorrência das invasões holandesas no Nordeste (1624-1654). Com as invasões, os engenhos desorganizaram-se e houve uma diminuição da vigilância, o que facilitou as fugas. Além disso, as autoridades portuguesas no Brasil ofereceram alforria (libertação) aos escravos que guerreassem contra os holandeses. Assim, muitos escravos recrutados aproveitaram para desertar (abandonar o exército) e refugiaram-se em Palmares, enquanto outros, como Henrique Dias destacaram-se na luta para expulsar os holandeses e chegaram até a participar de expedições de ataque aos quilombos.
A população de Palmares cresceu muito em decorrência das invasões holandesas no Nordeste (1624-1654). Com as invasões, os engenhos desorganizaram-se e houve uma diminuição da vigilância, o que facilitou as fugas. Além disso, as autoridades portuguesas no Brasil ofereceram alforria (libertação) aos escravos que guerreassem contra os holandeses. Assim, muitos escravos recrutados aproveitaram para desertar (abandonar o exército) e refugiaram-se em Palmares, enquanto outros, como Henrique Dias destacaram-se na luta para expulsar os holandeses e chegaram até a participar de expedições de ataque aos quilombos.
Palmares - símbolo de luta pela liberdade Existiram os quilombos que surgiram como centros de resistência negra à escravidão. Dentre eles, o mais famoso foi Palmares, em Alagoas, que entrou para a História como o maior símbolo da luta negra pela liberdade. Este é o quilombo mais famoso da história brasileira. Em 20 de novembro, comemora-se o dia da Consciência Negra. Esta data é a mesma em que Zumbi foi assassinado, em 1695, em uma emboscada armada por bandeirantes que queriam destruir o Quilombo dos Palmares. Zumbi virou mártir da luta pelo fim da escravidão. As primeiras referências à Palmares foram registradas em 1580, na região da Serra da Barriga, onde hoje fica a divisa entre os estados de Alagoas e Pernambuco. No final do século 16, este quilombo ocupava uma grande área coberta de palmeiras entre o Cabo de Santo Agostinho e o Rio São Francisco. Escravos que fugiam de Pernambuco e da Bahia se refugiavam lá. Palmares durou mais de um século. Alguns historiadores arriscam uma estimativa de que, em 1670, o Quilombo dos Palmares contava com uma população de 20 mil habitantes, distribuídos em quatro grandes núcleos ou mocambos chamados: Macaco, Subupira, Zumbi e Tabocas. O quilombo era próspero e representava uma ameaça aos fazendeiros, já que servia de inspiração para que seus escravos fugissem e se refugiassem lá. O líder do Quilombo dos Palmares naquela época era Ganga Zumba, tio de Zumbi. Em 1678, o governador da Capitania de Pernambuco ofereceu um acordo de paz a Ganga Zumba, que era desfavorável à população dos Palmares. Ele aceitou o acordo e teve início uma rebelião, liderada por Zumbi. Os quilombolas voltaram a Palmares e se restabeleceram lá, sob a liderança de Zumbi, que o governou por 15 anos. Foram necessárias 18 expedições do governo português para erradicar Palmares. Zumbi adotou uma estratégia de defesa baseada em táticas de guerrilha. Os portugueses contrataram os bandeirantes Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de Melo para erradicar de vez a ameaça dos Palmares. Foi uma guerra onde se usou táticas de inteligência. Os bandeirantes capturaram um quilombola que sabia o esconderijo de Zumbi e acabou delatando-o. Em 20 de novembro de 1695, os bandeirantes mataram Zumbi em uma emboscada. Mesmo sem outra liderança, Palmares sobreviveu até 1710, quando se desfez. |
Zumbi e Domingos Jorge Velho
Várias expedições foram organizadas pelos senhores de engenho para capturar negros em Palmares. Geralmente, um senhor de engenho tinha o interesse em recapturar um escravo fugido porque o preço de um escravo novo era muito alto. Portanto, do ponto de vista do senhor de engenho, quando um escravo fugia, significava um prejuízo, um investimento perdido. Foi numa dessas expedições que um menino nascido em Palmares foi capturado e entregue a um padre católico da vila de Porto Calvo, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu as língua portuguesa e latim e tudo sobre a religião católica, chegando a ajudar na celebração de missas. Quinze anos depois, esse menino voltaria para Palmares e se tornaria o líder mais importante da comunidade quilombola: Zumbi.
O nome Zumbi provavelmente originou-se de Nzumbi, o título que os bantos, um povo africano, davam a um líder militar e religioso. Por volta de 1690, as autoridades contrataram o paulista Domingos Jorge Velho, bandeirante conhecido por caçar índios (enquanto no Nordeste a maioria dos escravos era de origem africana, em São Paulo, a maioria dos escravos era de origem indígena), para liderar a invasão e destruição definitivas de Palmares.
Em troca, o bandeirante exigiu cem mil em dinheiro mais um quinto do valor dos quilombolas capturados, 500 mil réis em panos em roupas e o perdão tanto dos crimes que havia cometido quanto dos que viesse a cometer. Não bastasse tudo isso, as autoridades deram ao bandeirante o poder de prender qualquer pessoa suspeita de colaborar com os quilombolas.
O nome Zumbi provavelmente originou-se de Nzumbi, o título que os bantos, um povo africano, davam a um líder militar e religioso. Por volta de 1690, as autoridades contrataram o paulista Domingos Jorge Velho, bandeirante conhecido por caçar índios (enquanto no Nordeste a maioria dos escravos era de origem africana, em São Paulo, a maioria dos escravos era de origem indígena), para liderar a invasão e destruição definitivas de Palmares.
Em troca, o bandeirante exigiu cem mil em dinheiro mais um quinto do valor dos quilombolas capturados, 500 mil réis em panos em roupas e o perdão tanto dos crimes que havia cometido quanto dos que viesse a cometer. Não bastasse tudo isso, as autoridades deram ao bandeirante o poder de prender qualquer pessoa suspeita de colaborar com os quilombolas.
Sucídio ou assassinato?
No primeiro ataque, em 1692, o exército de Domingos Jorge Velho foi derrotado. Percebendo que não seria fácil derrotar os quilombolas, o bandeirante exigiu que as autoridades enviassem mais armas e munições. Milhares de homens foram recrutados em todas as capitanias do Nordeste para fazer parte do exército que atacaria Palmares. Assim, em 6 de fevereiro de 1694, o principal dos quilombos de Palmares foi atacado pelo exército comandado por Domingos Jorge Velho. Os quilombolas resistiram, mas acabaram derrotados. Zumbi, apesar de ferido, conseguiu fugir e resistiu por vários meses, organizando ataques contra os senhores de engenho.
No entanto, Antônio Soares, um homem da confiança de Zumbi foi capturado e após ser torturado revelou o esconderijo de seu líder. Após a descoberta do esconderijo, Zumbi sofreu uma emboscada e morreu no dia 20 de novembro de 1695. As circunstâncias de sua morte ainda são objeto de debate: para uns, foi suicídio, para outros, foi assassinato.
De qualquer modo, a cabeça de Zumbi foi cortada e levada para o Recife, onde foi colocada sob um poste. Era uma forma de as autoridades desencorajarem novas tentativas de fuga e de acabar com os boatos de que Zumbi era "imortal". Morria o homem e surgia o mito. Um mito tão forte, que, nos dias de hoje, parte da comunidade negra do Brasil escolheu a data da morte de Zumbi, 20 de novembro, para comemorar o Dia da Consciência Negra. A data foi transformada em feriado em algumas cidades brasileiras.
No entanto, Antônio Soares, um homem da confiança de Zumbi foi capturado e após ser torturado revelou o esconderijo de seu líder. Após a descoberta do esconderijo, Zumbi sofreu uma emboscada e morreu no dia 20 de novembro de 1695. As circunstâncias de sua morte ainda são objeto de debate: para uns, foi suicídio, para outros, foi assassinato.
De qualquer modo, a cabeça de Zumbi foi cortada e levada para o Recife, onde foi colocada sob um poste. Era uma forma de as autoridades desencorajarem novas tentativas de fuga e de acabar com os boatos de que Zumbi era "imortal". Morria o homem e surgia o mito. Um mito tão forte, que, nos dias de hoje, parte da comunidade negra do Brasil escolheu a data da morte de Zumbi, 20 de novembro, para comemorar o Dia da Consciência Negra. A data foi transformada em feriado em algumas cidades brasileiras.
ATIVIDADE
1) Com base no que você leu, elabore a ficha-síntese contendo as principais informações sobre Zumbi e o Quilombo dos Palmares.
2) Elabore uma música, paródia ou poesia sobre a importãncia do "dia da consciência negra".
3) "Um dia de repórter" - Faça uma entrevista com pessoas da sua cidade e elabore uma estatística sobre o racismo que ainda predomina no local onde vive.
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