segunda-feira, 4 de abril de 2011

HISTÓRIA - PROFª MARYANNE, ARLI e NORMA

 HISTÓRIA - 2º ANO
REFORMA E CONTRA REFORMA
Fatores que impulsionaram o movimento da Reforma
No início do século XVI, a mudança na mentalidade das sociedades européias repercutiu também no campo religioso. A Igreja, tão onipotente na Europa medieval, foi duramente criticada.
A instituição católica estava em descompasso com as transformações de seu tempo. Por exemplo, condenava o luxo excessivo e a usura. Além disso, uma série de questões propriamente religiosas colocavam a Igreja como alvo da crítica da sociedade: a corrupção do alto clero, a ignorância religiosa dos padres comuns e os novos estudos teológicos.
As graves críticas a Igreja já não permitiam apenas consertar internamente a casa. As insatisfações acumulram-se de tal maneira que desencadearam um movimento de ruptura na unidade cristã: a Reforma Protestante.Assim, a Reforma foi motivada por um complexo de causa que ultrapassaram os limites da mera contestação religiosa. Vejamos detalhadamente algumas dessas causas.

Novas interpretações da Bíblia

Com a difusão da imprensa, aumentou o número de exemplares da Bíblia disponíveis aos estudiosos, e um clima de reflexão crítica e de inquietação espiritual espalhou-se entre os cristãos europeus. Surgia, assim, uma nova vontade individual de entender as verdades divinas, sem a intermediação dos padres.
Desse novo espírito de interiorização da religião, que levou ao livre exame das Escrituras, nasceram diferentes interpretações da doutrina cristã. Nesse sentido, podemos citar, por exemplo, uma corrente religiosa que, apoiada na obra de Santo Agostinho, afirmava que a salvação do homem seria alcançada somente pela fé. Essas idéias opunham0se à posição oficial da Igreja, baseada em Santo Tomás de Aquino, pela qual a salvação do homem era alcançada pela e pelas boas obras.

Corrupção do Clero

Analisando o comportamento do clero, diversos cristãos passaram a condenar energicamente os abusos e as corrupções. O alto clero de Roma estimulava negócios envolvendo religião, como, por exemplo, a simonia (venda de objetos sagrados) tais como espinhos falsos, que coroaram a fronte de Cristo, panos que teriam embebido o sangue de seu rosto, objetos pessoais dos santos, etc.
Além do comércio de relíquias sagradas, a Igreja passou a vender indulgências (o perdão dos pecados). Mediante certo pagamento destinado a financiar obras da Igreja, os fiéis poderiam "comprar" a sua salvação.
No plano moral, inúmeros membros da Igreja também eram objeto de críticas. Multiplicavam-se os casos de padres envolvidos em escândalos amorosos, de monges bêbados e de bispos que vendiam os sacramentos, acumulando riquezas pessoais.
Esse mau comportamento do clero representava sério problema ético-religioso, pois a Igreja dizia que os sacerdotes eram os intermediários entre os homens e Deus.

Nova ética religiosa

A Igreja católica, durante o período medieval, condenava o lucro excessivo (a usura) e defendia o preço justo. Essa moral econômica entrava em choque com a ganância da burguesia. Grande número de comerciantes não se sentia à vontade para tirar o o lucro máximo nos negócios, pois temiam ir para o inferno.
Os defensores dos grandes lucros econômicos necessitavam de uma nova ética religiosa, adequada ao espírito capitalista comercial. Essa necessidade da burguesia foi atendida, em grande parte, pela ética protestante, que surgiu com a Reforma.

Sentimento nacionalista

Com o fortalecimento das monarquias nacionais, os reis passaram a encara a Igreja, que tinha sede em Roma e utilizava o latim, como entidade estrangeira que interferia em seus países. A Igreja, por seu lado, insistia em se apresentar como instituição universal que unia o mundo cristão.
Essa noção de universalidade, entretanto, perdia força à medida que crescia o sentimento nacionalista. Cada Estado, com sua língua, seu povo e suas tradições, estava mais interessado em afirmar as diferenças do que as semelhanças em relação a outros Estados. A Reforma Protestante correspondeu a esses interesses nacionalistas. A doutrina cristã dos reformadores, por exemplo, foi divulgada na língua nacional de cada país e não tem latim, o idioma oficial da Igreja católica.

MONITORANDO
1) Cite as causas que levaram ao rompimento da unidade do catolicismo europeu.
2) Comente as transformações que possibilitaram a contestação à igreja católica no século XVI.
3) Quais as razões das divergências entre as autoridades religiosas e os governos dos países europeus nesse século (XVI)?

REFORMA LUTERANA
Martinho Lutero

Nasceu em 1483 na cidade de Eisleben. Iniciou os estudos de direito em 1505 e os abandonou no mesmo ano, trocando-o pela vida religiosa, sem o apoio do pai. Tornou-se monge e depois padre. Apesar de dedicado à Igreja, sempre esteve atormentado por duas grandes dúvidas: o poder da salvação atribuído a lugares santos e posteriormente a venda de indulgências.
No inverno de 1510 -- 11 foi a Roma em missão de sua ordem e visitou lugares sacros; em um deles, para que uma alma se libertasse do purgatório, teve que recitar um pai nosso em latim a cada degrau da escada sagrada. Professor na Universidade de Wittenberg, fundada por Frederico da Saxônia, aprofundou seus estudos bíblicos e passou a acreditar que a Salvação não dependia do que as pessoas fizessem , mas daquilo em que acreditassem. Já não considerava Deus como um contador com quem devia barganhar, ou um juiz severo a ser aplacado com boas ações. Cristo viera para salvar os pecadores, a salvação não seria alcançada com esforços insignificantes mas com a fé no próprio Deus. Assim muitos dos princípios da Igreja pareceram irrelevantes e blasfemos à Lutero. Especialmente suspeitos eram: a noção de que Deus recompensa um cristão na proporção das orações, peregrinações ou contribuições; o culto dos santos e de suas relíquias e a venda de Indulgências.
A venda de indulgências pode ser considerada como a gota d' água para o movimento reformador. No interior do Sacro Império, o pregador Johann Tetzel era o responsável pela venda do perdão; para ele não era preciso o arrependimento do comprador das indulgências para que elas fossem eficazes. Oficialmente Tetzel estava levantando fundos para a reconstrução da Basílica de São Pedro, em Roma, mas ao mesmo tempo estava a serviço do arcebispo de Mainz, endividado junto ao banco de Fugger.
Esse foi o momento em que Lutero percebe que as críticas internas à Igreja não surtiriam efeito, aliás, críticas que eram feitas antes de 1517, quando publicou as "95 teses", tornando suas críticas publicas e tornando-se uma ameaça à Igreja de Roma
Para Lutero a salvação era uma questão de FÉ e portanto dependia de cada fiel; a Igreja não era necessária, mas útil à salvação, sendo que as Escrituras Sagradas eram a única fonte de fé. Lutero preservou apenas dois sacramentos: o batismo e a comunhão, acreditando que na eucaristia havia a presença real de cristo, porém sem transubstanciação. O culto foi simplificado, com a instrução e comunhão, substituindo o latim pelo alemão.
Martinho Lutero
Depois de uma série de tensões, em 1517 deu-se o conflito decisivo que provocou o rompimento entre Lutero e a Igreja Católica.
Com o objetivo de arrecadar dinheiro para a reconstrução da Basílica de São Pedro, o Papa Leão X autorizou a concessão de indulgências (perdão dos pecados) aos fiéis que contribuíssem financeiramente com a obra. Escandalizado com a atitude do Papa Lutero afixou na porta da igreja de Wittenberg (cidade da atual Alemanha) um manifesto público – 95 teses – em que protestava contra essa atitude e expunha alguns elementos de sua doutrina religiosa.


Teses de Lutero


Iniciava-se, assim, a longa discussão entre Lutero e as autoridades católicas que terminou com a decretação de sua excomunhão, em 1520. Para demonstrar seu desprezo em relação a igreja católica, Lutero queimou em praça pública a bula papal Exsurge domine que o condenava.
Com o apoio da nobreza e da alta burguesia Lutero divulgou sua doutrina religiosa pelo norte da Europa. Entre os principais pontos da doutrina luterana, firmados na Confissão de Augsburgo (1530), destacavam-se: a fé cristã como único caminho para a salvação eterna; a Bíblia como única fonte para a fé; e o livre exame pelos fiéis como uma porta legítima para o entendimento da Bíblia. Além disso, o luteranismo não aceitava o culto dos santos católicos, a adoração de imagens religiosas e a autoridade do papa.
Em 1529, nobres alemães luteranos protestaram contra as medidas que impediam cada Estado de adotar sua própria religião. Foi a partir desse protesto que se difundiu o nome protestante para designar os cristãos não-católicos.
MONITORANDO
4) Identifique os principais aspectos divergentes entre a doutrina luterana e a católica.
5) Explique os motivos que levaram Lutero a questionar as autoridades religiosas de Roma.
6) Acesse o link que mostra as teses de Lutero, leia, faça uma reflexão sobre a 21, 27, 45 e 82 e interprete cada uma delas.
7) Observe as imagens abaixo e escreva o que entende sobre as mesmas.
Concílio de Trento
Processos usados pela igreja

Porque não sou protestante

 

  
HISTÓRIA - 3º ANO
O MUNDO EM GUERRA

Entre 1871 e 1914, durante a chamada belle époque, a sociedade européia, liberal e capitalista, passou por uma das fases de maior prosperidade. O desenvolvimento industrial trouxe para boa parte da população um conforto nunca antes experimentado, enquanto a ciência e a técnica abriam possibilidades inimagináveis de comunicação e transporte, com a invenção do telégrafo, do telefone e do automóvel.
No entanto, havia também o outro lado da moeda: as disputas territoriais entre as potências e a má distribuição dos benefícios do progresso entre a população criavam um clima de estabilidade constante. O risco de um confronto iminente pairava no ar.
Até que, em 1914, as previsões se confirmaram, com o início da “guerra que ia acabar com todas as guerras”, como se costumava dizer na época.
Na prática, não foi a isso que o mundo assistiu. Outro conflito, maior e ainda mais devastador, iria eclodir 25 anos depois.

A Primeira Guerra Mundial

A expressão Grande Guerra, cunhada para o conflito que pela primeira vez na história envolveu todo o planeta, se justifica pelas proporções que o confronto alcançou, pelo aparato bélico que foi mobilizado e pela destruição devastadora. As novas armas, fruto do desenvolvimento industrial, e os métodos inéditos empregados nos combates deram aos países capitalistas o poder quase absoluto de matar e destruir.

Para refletir e discutir
À primeira vista, essa fotografia sugere trabalhadores cuidando de uma plantação no interior de uma estufa. Mas quando fixamos o olhar, descobrimos o engano. Trata-se de armas, não de flores. A cena enfoca um dos aspectos mais perversos da guerra: o uso da ciência e da tecnologia para a produção em grande escala de armas cada vez mais destrutivas.
Reúna-se com seus colegas e façam uma descrição da imagem, atentando para as informações que ela contêm. Em seguida, discutam questões sugeridas pelo tema, tais como: o que significa para uma nação mobilizar tantos recursos para a guerra? Em que medida isso compromete os diversos setores da vida da população? Existem os que perdem e os que ganham com a guerra: quem são eles?

1. As rivalidades imperialistas
Os países europeus de industrialização mais antiga, como a Inglaterra e a França, haviam ocupado no século XIX vastas regiões de outros continentes, formando enormes impérios coloniais. Enquanto isso, a Itália e a Alemanha, cuja unificação e desenvolvimento industrial se deram tardiamente, esforçavam-se para acompanhar suas rivais na partilha da África e da Ásia. Insatisfeitas com a parte que lhes coube na grande divisão dos dois continentes, ambas passaram a reivindicar, por meio de pressões diplomáticas e militares, áreas do mundo colonial, desafiando a hegemonia da França e da Inglaterra.
As guerras da redivisão
Escrevendo nas últimas décadas do século XIX, Lenin, o futuro líder da revolução socialista na Rússia, observou que a principal característica desse período era a divisão final da Terra, no sentido de que a política colonial dos países capitalistas tinha completado a tomada de terras não ocupadas em nosso planeta. Pela primeira vez, segundo ele, o mundo estava dividido, de forma que no futuro só seriam possíveis redivisões, isto é, a transferência de um “dono” para outro, e não de um território sem dono para um “dono”.

No fim do século XIX, os produtos industriais da alemanha, unificada desde 1871, ganhavam cada vez mais os mercados tradicionalmente dominados pela Inglaterra. Ao mesmo tempo, a engenharia e a indústria navais alemãs ameaçavam a supremacia inglesa nos mares. A diplomacia alemã, por sua vez, exigia que houvesse uma nova divisão das imensas áreas coloniais, em grande parte ocupadas pelos ingleses.
Para agravar a situação, em 1899 a Alemanha anunciou a construção de uma ferrovia que ligaria Berlim a Bagdá, dando acesso a uma área de influência inglesa, valorizada principalmente pela existência de jazidas de petróleo.
Ainda maior e mais explosiva era a rivalidade entre a Alemanha e a frança, alimentada por ressentimentos nacionalistas desencadeados pela derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana (1870-1871). Na década de 1900, os dois países travaram renhida disputa pelo Marrocos, localizado no norte da África e rico em minérios. A Alemanha questionava o acordo firmado entre a França e a Inglaterra em 1904, segundo o qual o território do Marrocos podia ser colonizado pelos franceses, e exigia que seus direitos sobre a região fossem reconhecidos. O episódio quase levou os dois países à guerra. Um acordo, cedendo alguns territórios do Congo francês à Alemanha, porém, fez com que o governo desistisse do Marrocos e acabou evitando o conflito.
A disputa entre a França e a Itália pela Tunísia, no norte da África, também criou na época outro foco de tensão. A França dominava a região desde 1881, mas a Itália não escondia seu interesse econômico no território. Tanto que os italianos se aproximaram da Alemanha, já pensando em futuras alianças na disputa colonial.
O nacionalismo
Ao longo do século XIX, o nacionalismo constituiu grande força política na Europa, capaz de mobilizar os povos na luta pela unidade territorial e pela afirmação dos valores e tradições nacionais. Com o acirramento das disputas imperialistas, passou a ser também uma das fontes legitimadoras da guerra.
O nacionalismo europeu deu origem a diversos fenômenos ideológicos, dos quais três se destacam. O primeiro deles, como vimos, foi o revanchismo francês, provocado pela derrota da França na Guerra Franco-Prussiana. Propagandeado nas escolas, igrejas e na imprensa, o revanchismo alimentava o nacionalismo militarista e o ódio aos alemães.
O pan-eslavismo russo constituiu outro fenômeno importante e surgiu do dever que o governo russo assumiu de proteger os povos eslavos. Como grande nação eslava, a Rússia constantemente se envolvia em conflitos com os impérios Austro-Húngaro e Turco-Otomano, que tinham domínios nos Bálcãs, onde se localizavam várias nações de mesma origem étnica, entre elas a Sérvia.
O terceiro fenômeno de fundo nacionalista foi expresso pelo expansionismo sérvio, alimentado depois que a Rússia derrotou o Império Turco-Otomano em 1878, ano em que a Sérvia conquistou sua independência. Encravado na península balcânica, o novo país, querendo aumentar seu território, reivindicava a província da Bósnia-Herzegovina, então em poder do Império Autro-Húngaro. 

PROPOSTA DE ATIVIDADE 
1) Que motivos impulsionavam as divergências entre os países europeus?
2) Segundo o pensamento de Lenin, o mundo estava dividido de forma que no futuro só seriam possíveis redivisões, isto é, a transferência de um "dono" para outro, e não de um território sem dono para um "dono". Interprete esse ponto de vista.
3) Cite as causas que fizeram a Alemanha ameaçar a supremacia inglesa.
4) Aponte as razões da rivalidade entre Alemanha e França.
5) Fale um pouco sobre os fenômenos ideológicos desencadeados pelo nacionalismo europeu.
 
 

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